[Texto publicado hoje, no jornal «Público»]
Estas são alturas de expectativas relevantes para os jovens candidatos, que reflectem as políticas gerais de educação e formação. Felicitações aos que, merecidamente, ingressam no ensino superior. O país bem precisa deles.
Mas há aspectos que insistimos em ignorar. O último colocado em Engenharia Aeroespacial, na Universidade do Porto, entrou com 19,45. As médias dos restantes candidatos ao mesmo curso, naquela universidade, são (ainda) superiores. Não há nada de errado nisto? Muitas das nossas escolas secundárias transformaram-se em escolas de vintes. Aparentemente, isto incomoda poucos. Não é o meu caso.
Também se saúda o aumento do número de candidatos a cursos de formação de professores. Parece que as médias de entrada variam entre 11,3, em Bragança, e 15,6, no Porto. Para quem lida, há décadas, com os alunos do secundário, isto significa que alunos menos dotados e muitos deles muito mal preparados, no final do ensino secundário, serão os futuros professores (quem sabe se com boas notas de formatura). Dura realidade. E triste.
Também isto não é motivo de discussão. Só impertinentes podem referir o assunto.
Pois eu refiro.
José Batista d’Ascenção