Em 26 de Abril de 2022, numa visita com alunos de 11º ano ao Porto, no momento da partida chegou um autocarro de dois pisos em vez de dois autocarros comuns, como havia sido combinado, faltando um lugar disponível. Para não comprometer a visita, aceitei viajar, na ida e no regresso, sentado nas escadas entre os pisos, violando a lei e contrariando as regras de segurança. Se tivesse havido uma travagem brusca e me tivesse magoado, percebe-se facilmente a quem seria atribuída a culpa…
Em 31 de Março de 2023, numa visita às grutas de Mira d’Aire e às pegadas de dinossauro da Pedreira do Galinha, com alunos de 11º ano, um dos autocarros teve de estar permanentemente com o motor a trabalhar, mesmo durante o período de merenda porque, no dizer do condutor, se parasse não funcionaria mais. Foi assim que esteve ininterruptamente durante as mais de onze horas de viagem… Se fosse Verão, o que poderia ter acontecido? Este incidente não foi o único nesse ano. Numa ida aos passadiços do rio Paiva, organizada por colegas meus, o autocarro fez a viagem de regresso engrenado sempre na mesma velocidade, sem abrandar convenientemente em rotundas nem parar em sinais de «stop», por falta de caixa de velocidades…
Em 16 de Abril de 2024, em nova visita de estudo ao Porto, também com alunos de 11º ano, a planificação da visita começou no início do ano lectivo, mas, duas semanas antes de se efectivar, ainda os professores não dispunham de orçamento que permitisse informar os alunos de quanto iam pagar. Um terço dos alunos da minha turma já não quis participar, o que me deixou na iminência de ter de adiantar o dinheiro por eles, circunstância que não chegou a acontecer.
Quarta-feira passada vi imagens televisivas (da estação SIC, na imagem acima) de um autocarro em chamas, onde iam quarenta crianças, duas ou três das quais tiveram de ir ao hospital.
Este ano lectivo declarei-me indisponível para participar em visitas de estudo se as mesmas não revestirem modalidade legal mais favorável de organização, como em toda a minha vida profissional aconteceu, sem que tivesse havido qualquer problema em qualquer altura.
José Batista d’Ascenção