Era uma aluna silenciosa, meiga e discreta. Aparentemente concentrada nas aulas, participava sempre que solicitada. Tinha um pequeno problema de dislexia que nunca quis que fosse motivo para fazer testes adaptados (mais curtos) ou dispor de mais tempo na resolução do que os colegas. Suponho que queria ser (apenas) normal (como efectivamente é) e tratada com normalidade.
A mãe (no papel de encarregada de educação) via a sua filha discriminada, sem atenção nem consideração pelas suas particularidades, coarctada nos seus direitos, isolada e triste (e, com este último aspecto, não é difícil concordar…).
Com a excepção referida, nunca os professores deram por que assim fosse (embora eu fale apenas por mim…), nem nunca sentiram qualquer rejeição por parte daquela aluna, que bem gostavam de ajudar, no seu confessado bloqueamento e cansaço.
Um destes dias, a encarregada de educação comunicou a transferência da filha para outra escola. Nessa comunicação trata-a por um dos seus nomes, de que ela não gostava. Admito que a mãe desconheça esse facto (e talvez nem o aceite).
Boa sorte, Mariazinha.
José Batista d’Ascenção
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