O que a foto documenta talvez não seja o principal problema das escolas. Ou, se o é, em grande medida, não devia ser. Imagem colhida aqui. |
Durante a campanha para as últimas eleições legislativas prometi a mim mesmo que votaria num partido que dissesse (e propusesse) alguma coisa decente sobre o estado (enlouquecido e envilecido) da educação no país. No meu critério, nenhum o fez. Na antevéspera do dia de eleições, perante o sentimento de que se sobrepunha um dever mais alto, e para evitar males maiores, decidi quebrar a promessa.
Por me parecer inútil, tenho evitado pronunciar-me sobre o caminho por que segue a escola pública e a evolução do ambiente que nela se vive. E sobre a responsabilidade que pesa sobre os ombros dos professores, a qual não deixará de ser assacada preferencialmente àqueles que dão aulas (e não tanto aos políticos nem aos que dirigem e administram e alimentam o sistema).
Não vencido nem convencido, vou esforçar-me por ficar em silêncio. Por consequência, este espaço ficará à míngua de conteúdo e pode ser que (o) encerre, para não insistir em realidades que não sei nem quero nem posso doirar.
Pela dor e por pudor.
Não termino esta nota sem registar um sentimento de homenagem aos que, em cada sala de aula, não desistem de ser professores nem aceitam banir o verbo ensinar.
No futuro (que é já amanhã) aproveitar-se-á o que for conseguido, se for possível. Temo que o resto predomine e tenha consequências que não sejam fáceis de suportar.
Por mais ou menos tempo que viva, creio que não ficarei surpreendido e tudo farei para não me queixar.
Disse.
José Batista d’Ascenção