sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Mais um início de aulas

 

O recomeço de cada ano lectivo é um factor que perturba a placidez do mês do calendário que mais aprecio: Setembro. Até ao primeiro contacto com os alunos, na sala de aulas, a ansiedade vai crescendo e só por essa altura se liberta. A partir daí, a tensão vai decrescendo até se situar num nível-base gerível que, com oscilações mais ou menos acentuadas, dura todo o ano. Tem sido sempre assim.

Quem e como serão os meus alunos, como é que eu vou estar, com que energias, com que disponibilidade física, e com que ânimo e capacidade de estímulo vou apresentar-me perante eles? São perguntas que me martelam o espírito por estes dias.

Penso, por outro lado, na angústia dos jovens e na expectativa que muitos terão relativamente ao reinício das aulas. Admito que as emoções próprias da idade, as relações entre eles e a influência e a dependência das condições familiares possam sobrepor-se, em muitos deles, às preocupações com o que deveriam aprender nas diversas disciplinas. É normal que assim seja. Mas sei que alguns, de si próprios e face à atenção e cuidado dos pais, se inquietam com o que vão ter que estudar e com as “notas” que precisam tirar. E, em número mais restrito, outros vivem “stressados” com a “vigilância” e exigência familiar relativamente àquilo que será o seu “rendimento”.

Não me pronuncio sobre as confusões da escola pública nos tempos que correm. Por agora é o combate de mim comigo sobre a melhor forma de ir ao encontro dos meus alunos. E o desejo renovado de que a realidade não arruíne as intenções. Estou a trabalhar para isso.

José Batista d’Ascenção

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