Nunca, até um dia desta semana, em quatro décadas de ensino, um característico objecto de laboratório de biologia, tinha, que eu soubesse, merecido designação tão bizarra. Por mais de uma vez, na última aula laboratorial, designara eu as caixas de Petri antes da sua utilização. E não só as tinha chamado pelo nome, como o tinha escrito no quadro, noutra aula, em finais de Setembro (dia 26).
Donde pode, então, ter-se originado a confusão? Os alunos (porque foi mais do que um…) não sabem. Eu também não, por isso coloco a única hipótese que me ocorre.
Nos anos mais recentes, manuais, editoras e certos professores carregam no apelo ao que chamam «gamificação», que praticam com entusiasmo. Trata-se do uso de jogos para promover a aprendizagem. Vai daí, a coisa generalizou-se, porque é muito estimulante, senão da aprendizagem, pelo menos do jogo, mais ou menos viciante que possa ser.
Ora, «tetris» é nome de jogo comum em dispositivos electrónicos. Haverá relação?
Professores como eu não são adeptos da «gamificação». A ideia não é nova e já merecia dúvidas a Almeida Garret, quando escreveu: «Não sou grande apaixonado… do ensino por meio de brincos e bonitos. Digo que não sou apaixonado do excesso a que se tem levado»… [In: «Da Educação», MDCCCXXIX].
Assim vamos aonde não devíamos ou deixamos de ir ao que devia ser o mais importante.
E quem se importa?
José Batista d’Ascenção
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