Primeira metade de Setembro e as sensações tradicionais de ansiedade e expectativa. Depois da acalmia socioprofissional dos docentes, no ano lectivo passado, as bases e o trabalho concreto nas escolas pouco se alteraram.
Há alunos sem algumas aulas, o que não atesta bom trabalho governamental nas décadas recentes, o sucesso dos alunos é em grande parte fictício, a inflação de notas parece não ter antídoto, a prática obscena de copiar alastra como se fosse um direito (facto ignorado por muitos e desvalorizado por não poucos pais…), o barulho nos corredores e nas aulas é um obstáculo à aprendizagem, o uso indevido dos telemóveis é difícil de conter, etc. Tudo isto e não só limita a eficácia da escola, enquanto factor imprescindível de preparação e formação, que começa logo na bizarria de cada disciplina não ter um programa bem definido, e de termos de nos amanhar com umas «aprendizagens essenciais» vagas e artificialmente interligadas…
A burocracia infernal, que os professores, com algum “stress”, agravam (acrescida, por esta altura, das bolandas da «cidadania», que redundará, provavelmente, em águas de bacalhau), enforma o ramalhete do desconsolo.
Porém, há alunos que querem aprender e que os pais prepa(ra)ram para frequentar utilmente a escola. E todos os outros têm o mesmo direito. Aqueles são uma lição e um bálsamo e um estímulo. Por eles e com eles, é nossa obrigação conquistar os demais ou, pelo menos, tentá-lo por todos os meios.
Partamos.
José Batista d’Ascenção

 
Tens muita razão. Sinto o mesmo. Escreves muito bem.
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