No jornal «Público» de hoje, pg. 47, José Eduardo Lemos, Director da Escola Secundária Eça de Queirós, Póvoa de Varzim, e Presidente do Conselho das Escolas, rebate as opiniões de Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, em que este defendeu, em artigo no JN de 10 de Agosto, a semestralidade na organização do calendário escolar, ou seja, do ano lectivo. Congratulo-me. Porém, Filinto Lima, anda com estas ideias encasquetadas há bastante tempo, expondo-as publicamente com alguma frequência (veja-se, por exemplo, o jornal «Público» de 24 de Junho de 2017, página 14, e o de 22 de Setembro de 2016, página 45, entre outros), como referi e contestei aqui e aqui.
Por isso, o meu espanto é não ter dado conta de quem saliente a ausência de benefícios de uma tal proposta, demonstre o carácter falacioso das vantagens apontadas por Filinto Lima, e chame a atenção para os seus aspectos negativos. Ora, o que em título coloquei entre comas corresponde precisamente, e bem, à epígrafe escolhida por José Eduardo Lemos para o seu artigo de hoje. Estes assuntos merecem discussão e seria útil os professores não os deixarem passar em claro, porquanto se a modificação viesse a ter lugar e as consequências fossem negativas, como por certo seriam, eram eles que ficavam em causa, como de costume. Seria curial, numa matéria como esta, os docentes manifestarem-se e serem ouvidos, sendo certo que tal assunto, que se saiba, nunca fez parte das suas queixas nem das suas reivindicações.
Se Filinto Lima insiste na ideia lá terá as suas razões. Pela minha parte, admito que possam corresponder (mais) ao interesse corporativo de alguns directores (fico contente por nem todos embarcarem na proposta…) do que ao proveito dos alunos, ao bom funcionamento das escolas e à facilitação do trabalho dos professores.
Tinha dito e repito.
José Batista d’Ascenção
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