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Com a onda (discutivelmente) «inovadora» que grassa na escola pública, receio que possa vir a ter alguma pertinência o apelo de Eça de Queirós, em 1871:
«Querido leitor! O modo mais eficaz de seres útil à tua pátria é educares o teu filho. Consagra-te a ele. A educação pública é uma burla atrozmente vergonhosa. Não lhe entregues a criança que o destino te confiou. Educa-o tu. Se não souberes mais, procura pelo menos torná-lo forte, ensina-lhe a ler e a escrever, dá-lhe um ofício e fá-lo homem de bem; ele de si mesmo se fará um sábio, se tiver de o ser. A ignorância tem isso de bom: que se desfaz aprendendo. A falsa instrução tem esta perfídia: não dá o ensino e inibe de o tomar.» (1)
Como as nossas crianças não são congenitamente defeituosas e na ausência de qualquer indicador de que sejam destituídas, cabe-nos enfrentar o início de novo ano lectivo com toda a energia e entusiasmo que possamos reunir: os professores, os pais e, por incentivo e contágio, as próprias crianças.
Porque elas merecem. E vale seguramente a pena.
Até amanhã.
José Batista d’Ascenção
(1) In: «As Farpas». Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão. Coordenação de Maria Filomena Mónica. Princípia Editora. 4ª Edição. 2013. Pág. 210.
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