Este ano, porque leccionei a 10º e a 12º anos, não tinha alunos para o exame de biologia e geologia, excepto os que, querendo repetir a prova, me pediram para lhes dar algum apoio, o que fiz graciosamente, na escola, ao longo do 3º período.
No dia 26 de Junho apresentei-me para recolher um lote de exames, na função costumária de classificador. A prova deste ano e desta fase respeita o que é habitual (e possível…) fazer-se nas aulas, apesar de os documentos fundamentais – dois fascículos de 12 e 11 páginas com o que se chama «aprendizagens essenciais», de 10º e 11º anos, respectivamente – serem de uma vacuidade limitadora, sem que haja programa específico desses ou de quaisquer outros anos!
Andaram bem os feitores das provas (terá sido uma equipa nova?), face às condições do tempo de pandemia e apesar de um certo desprezo e falta de gosto pelo saber, agora muito em voga, desconformes, porém, com “notas” altas mais ou menos irreais, que alastram avassaladoramente nas escolas, sob pressões diversas, incluindo ameaças de reclamação de alunos e encarregados de educação junto dos professores.
Pela minha parte, nunca me conformei com o despautério de certas questões dos exames de biologia e geologia desde 2006, e assumi-o por escrito, com a devida assinatura. E sou a favor dos exames. Porventura, a sua realização é necessária (também) nas disciplinas do ensino secundário em que não existem, por motivos de decoro, de imprescindível desinflação das classificações e de recredibilização da escola.
Relativamente às provas desta 1ª fase, discordo que se atribua a mesma cotação a todas as perguntas, mais fáceis ou mais difíceis, de opção ou de elaboração de resposta aberta. Claro que há largos trechos de matéria que ficaram de fora, mas compreende-se. E os critérios de avaliação das respostas abertas continuam a não ser tão objectivos como seria desejável, mas também se aceita…
Portanto, a prova está bem assim. Já era tempo. Os responsáveis do IAVE não são, pois, necessariamente alheios à realidade das escolas, ainda que a coerência e a comparabilidade dos exames, ao longo dos anos, sejam bastante duvidosas.
Embora me pareça que estes motivos não são preocupação de muita gente, são, contudo, razões de congratulação.
Que registo.
José Batista d’Ascenção
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