Hoje, no suplemento P2 do jornal «Público»
«Sou cientificamente realizado e civicamente desiludido.
Fiz mais de 2500 palestras [a maior parte delas em escolas básicas e secundárias]. Verifiquei que os alunos na escola gostavam muito de ouvir o que tinha para dizer e ficavam alertados para o que estava a acontecer. Escrevi muitos artigos de opinião. Mas depois os alunos são tão massacrados com propaganda consumista que, quando chegam à universidade, a maioria esquece-se. E, quando vão para as suas profissões, esqueceram-se. E, quando chegam a políticos, não fazem absolutamente nada. Estamos neste estado de desgraça das alterações climáticas. Há mais de 50 anos que estamos a falar nas alterações climáticas e que é preciso actuar. Os senhores políticos reúnem-se internacionalmente, em vários sítios, e promulgam acordos que nunca cumpriram. Nunca cumpriram nenhum acordo! Sempre pensei que o estado que estamos a atingir — pessoas a morrer queimadas [por tanto calor e incêndios] — ainda não seria na minha vida. É uma desilusão muito grande. Vai ser muito pior, porque os políticos continuam a não fazer nada.»
É a realidade, Bom Mestre. E, por questões intrínsecas e perante essa realidade, a escola falha. O pior é que grande parte dos “teóricos da educação” e dos políticos que mandam na escola que temos parecem igualmente refractários à assunção dos factos e… da responsabilidade.
Mas há sempre quem não vá na onda. E os bons exemplos, ainda que a custo, (também) contam.
Muitos parabéns. E um grandíssimo obrigado.
José Batista d’Ascenção
Sem comentários:
Enviar um comentário