O último ministro da pasta não deixa saudades, mas convém reconhecer que o mal não começou com ele, nem se extingue só porque ele e a sua equipa estão prestes a sair.
A escola pública afunda-se não por acaso. Muitos trabalharam para isso, consciente e inconscientemente, com eficácia inaudita.
Ou os pais educam e acompanham os seus filhos e a escola ensina e forma ou nada feito. Se não exigirmos isto de nós mesmos (pais, professores, políticos, sociedade… que os teóricos, esses - muitos deles - andam entretidos: frequentam congressos e batem palmas uns aos outros) vamos continuar a resvalar no plano inclinado, com fraco destino.
O “clima da escola” está como a violência doméstica: ou a escondemos ou a enfrentamos. Muitos professores reagem como aquelas vítimas de agressão em casa que, quando se tenta abordá-las, rejeitam que se “metam na sua vida”…
Obedientes, submissos e envergonhados, os professores (des)culpam-se com mil subterfúgios e, tantos deles, encharcam-se em antidepressivos (esta realidade é facilmente verificável). Embora fragilizados pelo envelhecimento e, não raro, por diversos problemas de saúde, cabe-lhes a responsabilidade por não assumirem o que se passa.
Este (pequenino) texto só na aparência é genérico e vago. Concretizar, nomeando, era facílimo, e exemplificar dava listas intermináveis. Mas pouco adiantaria, ante a complacência das vítimas.
Por onde e até onde vamos não é de bom augúrio.
José Batista d’Ascenção
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