[Texto publicado hoje no jornal «Público», não a imagem]
Na procura de sucesso, ainda que apenas estatístico, coisa que até a OCDE estimula, e que zelosos intervenientes na educação fomentam no terreno, vemos agora escolas progredirem para um “sucesso” de topo de escala que, a ser verdadeiro, traduziria a quase perfeição dessas escolas, dos professores que nelas trabalham, dos alunos que as frequentam e dos seus encarregados de educação. Certos meios de comunicação encarregam-se, por seu lado, de lhes fazer o elogio, em encenações também elas perfeitas. Estes “ecossistemas educativos” correm o risco de vir a não conseguir progredir mais, por terem atingido o cume da excelência, a não ser que se arranjem escalas mais extensas, digamos…
Os vintes às catadupas parece que não levantam objecções.
Quarenta anos de experiência lectiva ininterrupta, em escolas do distrito de Coimbra, de Lisboa, de Leiria, de Viana do Castelo e de Braga, e o conhecimento vívido do que se passa nos conselhos de turma de avaliação, não me permitem partilhar de tal optimismo. Sobram-me dúvidas, muitas.
Aonde nos levará este caminho?
José Batista d’Ascenção