Também não alinho no refrão que aponta a pandemia como causa principal. A situação da escola e da aprendizagem degrada-se devido a factores múltiplos que transformaram a sala de aula numa amálgama quase sem hierarquia, onde os meninos estão permanentemente ligados à rede, presos a solicitações diversas, raramente coincidentes com os assuntos (que deviam ser os) das lições. A realidade é esta, queiramos ou não.
Aprende-se pouco, em consequência. Como há uma luta feroz pelas «notas», os meninos pressionam os professores. Os seus pais fazem o mesmo, através dos directores de turma ou das direcções, pessoalmente ou enviando «e-mails», nem sempre com cortesia. Também podem queixar-se a instâncias hierárquicas exteriores à escola, até de forma anónima. Ou apresentar recursos para revisão das classificações, que podem resumir-se ao desejo de ter melhores médias ou invocar a facilidade de entrar nalgum curso. Por vezes, o recurso confirma a «ameaça» previamente dirigida a algum professor…
De tudo isto resulta um clima de pouca humildade, serenidade e persistência, coroado com pautas carregadas de notas altas, particularmente em disciplinas não sujeitas a exame.
Depois, no ensino superior, muitos estudantes precisam de apoio psicológico. Porque será?
Quem pára a bola de neve?
José Batista d’Ascenção
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