Capa do suplemento especial do jornal «Público» de 27 de Junho de 2020 |
Os ordenamentos de escolas com base nos resultados de (alguns) exames publicados nos jornais portugueses desde 2001 não podiam traduzir seriamente a qualidade dos professores e das escolas por motivos (bem) fundamentados. Elucidativo, sobre essa matéria, é o artigo intitulado «Rankings, esse território de basbaques e pavões», da autoria do Professor Alberto Amaral, na página 15 do jornal «Público» (versão em papel) de 23 de Setembro de 2019.
Tais ordenamentos de escolas saíram agora, no final do ano lectivo, antes da realização dos exames que estão próximos. Que razões específicas há ou houve para a mudança, não sei. Mas existem, seguramente.
No «Público» de hoje, o director Manuel Carvalho escreve, em editorial, que «os rankings não servem para criar hierarquias de escolas no sistema, mas antes para as subtrair a uma espécie de condenação natural.» Não percebo como pode sustentar tal opinião.
Claro que um dos problemas sérios destes ordenamentos traduziu-se na desqualificação artificial da escola pública e na promoção da escola privada.
Certo que um jornal como o «Público» sempre procurou enquadrar os resultados publicados e trazer à discussão a opinião de intervenientes (professores, alunos) e especialistas na análise da matéria.
O que não anula o «erro» de base e as suas consequências.
José Batista d’Ascenção