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Obviamente imprescindíveis, as aulas presenciais decorrem nestes tempos de pandemia vírica com dificuldades múltiplas, entre as quais:
- o desconforto da máscara horas seguidas, afectando a dicção e a expressão;
- a necessidade de diminuir quer os movimentos nas aulas, quer as aproximações físicas, já de excessivas, devido ao número de alunos na generalidade das turmas, que torna o espaço lotado na maioria das salas;
- as actividades práticas reduzidas a demonstrações magistrais que implicam a inactividade e a passividade dos alunos, particularmente dos que se sentam no fundo da sala;
- a necessidade de desinfecções frequentes que obriga à colaboração de funcionários, professores e alunos na hiegenização dos espaços e do material usado nas aulas: mesas, teclado do computador, "rato", apagador, puxadores…;
- aulas mais sujeitas ao barulho nos corredores devido à circulação frequente durante os tempos letivos por causa do desencontro de horários, agravado pela recomendação de manter janelas e portas abertas;
- portas e janelas abertas durante as aulas vão, por outro lado, constituir um sério problema com a chegada próxima do frio e do vento típicos do Inverno, obrigando eventualmente a que professor e alunos se vejam forçados a fechá-las, encerrando-se, contra as normas, no espaço viciado da sala de aula;
- as limitações técnicas e de habilidade do ensino/apoio à distância, o qual funciona bem como meio complementar em tempo normal, mas não como método único e com diversos alunos com níveis de conhecimentos e dificuldades muito diferentes.
E porque os tempos mudam e (felizmente) temos nas escolas (também) um número significativo de crianças e jovens de outros países, mais difícil é para os professores promoverem a aprendizagem efectiva de tantos alunos com percursos escolares tão diversos. A individualização do ensino é um tema caro e clássico, mas impossível com salas cheias de aprendizes, onde a mobilidade (do professor) está limitada: o que já é difícil em condições normais, torna-se praticamente impossível em tempos que requerem mil cuidados de distanciamento físico. Por sinal, quinta-feira passada chegou-me mais um simpático e diligente aluno proveniente de Angola, a carecer de muito apoio, pelo que me foi comunicado.
Mas, de todos, o problema que (me) causa mais preocupação respeita à média de idades dos professores, às suas condições de saúde e estado anímico perante as teias burocráticas a que são submetidos.
Assim mesmo, far-se-á o possível.
José Batista d’Ascenção
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