«A escola é a mais útil das invenções da Humanidade, uma vez que é ela que, ao longo do tempo, lhe tem garantido o futuro. Pode o pai não saber artes ou a mãe não saber matemática, mas a escola, da qual os professores são o imprescindível núcleo, tem por obrigação transmitir o melhor da herança humana. É a continuação da Humanidade que tem lugar sempre que professores e alunos voltam às aulas em Setembro.
(...)
Os meios tecnológicos não passam de quinquilharia, que será um dia substituída por outra. O essencial da escola não mudou nem pode mudar: é o contacto criativo e fértil entre professores e alunos, que prepara estes para a vida. Esquecendo o essencial, hoje em dia impera a miragem tecnológica: a preocupação do Governo na área da educação é fornecer miríades de computadores. Ele pensa que o pagamento aos quinquilheiros o dispensa da sua missão de fomentar o processo profundamente humano que deve ocorrer na sala de aula. Mas é aí que, com consciência humanista, começa o futuro.
(...)
Que podem fazer os professores? Não é fácil, dada a subalternidade a que têm sido remetidos, mas têm de resistir em nome da Humanidade de que são guardiões. Não só podem como devem continuar a dar o melhor de si aos seus alunos. Fala-se muito dos “heróis” do SNS, mas há também campeões nas nossas salas de aula, que dão triplos saltos sem receberem encómios. É a eles que quero saudar, louvando-os e encorajando-as, neste regresso às aulas.»
Muito obrigado, Professor Carlos Fiolhais.
Afixado por: José Batista d'Ascenção
Sem comentários:
Enviar um comentário