- Como? - perguntei - Toma calmantes!?
- Calmantes e antidepressivos. - Respondeu ela.
- E há mais alunos nessas condições? - Insisti.
- Eu conheço vários. - Foi a resposta.
Ainda quis explicar que isso não pode acontecer, que as escolas, realmente, não são exemplarmente reconfortantes, mas o discurso saiu-me frouxo e entaramelado, pela surpresa e pela despreparação. Mas ainda acrescentei: - que os professores, pelo menos os da minha idade, recorram enormemente à ajuda de psiquiatras, eu percebo bem; que os pais dos alunos, em média mais novos, sofram do mesmo mal, também entendo; e que os próprios psiquiatras, em certos casos, precisem da terapia de colegas, também é facto conhecido que eu aceito; mas que alunos tão jovens, e entre esses os que estudam muito e - talvez pelo que subjaz à condição - sofram de depressão quimicamente medicada, posso entender, mas não aceito.
Ah, teorias! Teorias! O que estamos nós a fazer?
Que pedagogia e cidadania são as nossas?
Aos meus e a todos os alunos empenhados desejo, sobretudo, ânimo e forças para atirarem quantas pedradas puderam ao charco em que estamos atolados. Neles deposito esperança.
Bom descanso.
Natal Feliz.
José Batista d’Ascenção
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