Comemora-se hoje o dia do agrupamento de escolas Carlos Amarante, de Braga.
As escolas abrem-se à comunidade e são os seus alunos mais avançados, sob supervisão dos professores, que mostram o que se faz no dia-a-dia escolar e o que (eles) sabem.
É bonito vê-los muito disponíveis para receberem os visitantes, alunos mais pequeninos de outras escolas, e para lhes explicarem o que se propõe e/ou expõe em cada espaço, no âmbito das diferentes disciplinas.
Uma pirralha “perdeu-se” nas atividades do laboratório de biologia, desgarrando-se do grupo-turma em que veio integrada. Tendo-se apercebido, nada a perturbou. O que queria era espreitar em lupas e microscópios, ver os corações e os pulmões em dissecação e mais uns quantos pormenores. Alguém se disponibilizou a levá-la até ao seu grupo, que já se deslocara para a entrada, a fim de apanhar o autocarro de regresso. Mas ela não mostrou qualquer pressa, como quem dissesse: o autocarro que espere ou que se vá, que eu sinto-me muito bem. Dali a pouco, um outro menino era puxado pela sua professora, porque não dava sinais de querer prosseguir a visita pelas outras salas.
É um gosto.
A reflexão amarga é: porque é que se vai anulando a curiosidade e o gosto dos mais pequenos, à medida que crescem, até à mais triste indiferença pelo papel fundamental que devia ser o da escola? E a pergunta, arrepiante, é: o funcionamento da escola contribui para isso? A resposta, terrível, fica sob a forma de reticências… E sobram outras perguntas. Muitas perguntas.
Mas não para agora. Porque hoje, agora, quero apenas saborear.
Obrigado, muito obrigado, a todos os alunos que hoje fizeram diferente, melhor e mais bonito.
José Batista d’Ascenção
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