domingo, 1 de junho de 2025

Recifes de coral, o que são?

Os corais, tal como os conhecemos hoje, habitam a Terra há cerca de 200 milhões de anos.

O recife é uma estrutura calcária que, com frequência, se vai formando durante milhares de anos, à medida que cada geração sucessiva de coral duro vai crescendo sobre os esqueletos da geração anterior. Há muitas espécies de coral, mas agrupamo-las por norma em corais «duros», que formam recifes, e corais «macios», que também se desenvolvem em recifes, mas não deixam esqueletos. A parte viva do recife é a zona do topo, onde se desenvolvem as colónias de corais, sendo cada uma composta por pólipos de coral – que por vezes se encontram em grande número. Os pólipos de corais são animais.

Uma das mais notáveis e bem-sucedidas relações de benefício mútuo de todo o mundo natural é a dos pólipos de coral com um tipo de alga unicelular chamada zooxantela. As zooxantelas vivem nos tecidos dos pólipos de coral e mantêm uma relação muito especial com o seu hospedeiro. O pólipo de coral, além de abrigo, fornece à zooxantela dióxido de carbono e água para ela fabricar alimento, por via da fotossíntese (como nas plantas verdes). Em troca, a zooxantela fornece este alimento (compostos orgânicos) ao pólipo de coral. Os pólipos usam então os açúcares, os lípidos (gorduras) e o oxigénio produzidos pelas zooxantelas para obterem energia, mediante o processo da respiração celular aeróbia, e para crescerem. Da respiração dos pólipos resulta dióxido de carbono, matéria-prima de que as zooxantelas necessitam.

É um sistema de produção em sistema fechado. Deste modo, os recifes de coral podem crescer em águas pobres em nutrientes.

O esqueleto do coral ostenta uma cor branca semelhante à cal, mas as zooxantelas criam pigmentos proteicos com cores diversificadas que associamos aos recifes de coral.

in: «Oceano, o último reduto selvagem», David Attenborough e Collin Butfield. Ed. Temas e Debates. 2025. 51-53 p.

José Batista d’Ascenção

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