quarta-feira, 8 de outubro de 2025

O “livro de instruções” dos seres vivos

Foto de Beatriz Coelho

Os seres vivos são feitos de pequenas unidades (estruturais e funcionais) chamadas células. As células executam miríades de funções biológicas, mediante reacções químicas que, no seu conjunto, constituem o metabolismo celular.

Embora complexas, as células são normalmente tão pequenas que não as conseguimos observar senão com um instrumento óptico chamado microscópio.

Mas como é governada cada célula? Como mantém ela as suas características e executa as suas funções?

Há nas células um suporte físico, bem acautelado, que contém o código do que elas são e do que fazem. É o material genético, uma substância química que dá pelo nome de “ácido desoxirribonucleico” (ADN na sigla em português e DNA na sigla em inglês).

Ora, o DNA pode extrair-se das células por processos “rústicos”. Uma só unidade distendida de DNA (uma molécula, em linguagem química) não é visível a olho nu, mas muitas juntas já o são.

Para isso separam-se e rompem-se as células (com uma trituradora, no caso das células vegetais, como as de polpa de quivi, por exemplo), destroem-se as suas membranas (usa-se detergente para desorganizar as gorduras – fosfolípidos – que, dispostas em bicamada, constituem todas as membranas biológicas), para libertar o conteúdo celular que contém o DNA.

Como as moléculas de DNA têm carga negativa à sua superfície (devido a grupos fosfato) e se repelem quando se aproximam, junta-se sal das cozinhas (NaCl) o qual, dissolvendo-se em água, fornece partículas carregadas, sendo que as positivas (os iões de sódio – Na+) neutralizam as cargas negativas do DNA, permitindo que as moléculas se juntem.

Basta, por isso, proporcionar um meio em que essas moléculas se aglutinem, o que é fácil: a um extracto celular aquoso junta-se etanol frio, em que as moléculas de DNA se reúnem juntinhas umas às outras. Formam-se então “flocos” claros bem visíveis no seio do álcool, que não são mais do que aglomerados de DNA.

Como no topo do tubo de ensaio da figura ao lado.

Foram os alunos da turma C do 11º ano da ESCA que fizeram. 

José Batista d’Ascenção

Sem comentários:

Enviar um comentário