Faz-se, aprende-se. Aprender sem fazer é conhecimento fragilmente ancorado.
Os meus meninos de 11º ano, deste ano, sabem (agora) bem as fases da divisão celular em que uma célula origina duas geneticamente iguais entre si e iguais à célula de que se formaram.
Sabem porque viram. Sabem porque olharam para as células a dividir-se. O procedimento prático é (aparentemente) simples, mas esbarra frequentemente com frustrações significativas e marcantes. Aconteceu-nos há pouco mais de oito dias: as cebolas que usámos, adquiridas no supermercado, de que queríamos obter os ápices das raízes em crescimento, praticamente não germinaram, após 72 horas a tocar com a base dos bolbos na superfície da água de um copo. Inibidores da germinação usados pelos comerciantes devem ter sido a razão. Uma decepção.
Vingámo-nos na quarta feira passada. A alternativa foi pedir aos meninos que trouxessem cebolinhas do “produtor” ou “biológicas” como eles lhes chamam. Repetido o processo, agora com experiência acrescida de manuseamento técnico, todas as fases do ciclo celular estavam visíveis em cada um dos seis grupos do turno primeiro e do turno segundo. Foi uma satisfação.
Entusiasmados, alguns quiseram repetir. Agradado, estimulei-os.
De imediato, enviei por eles um recado aos seus pais: «o professor ficou muito contente com todos; se algum encarregado de educação duvidar pode vir confirmá-lo em pessoa.»
E deixei que saíssem com a convicção de que este trabalho era bastante fácil.
Porque, com eles, foi.
José Batista d’Ascenção

 
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