quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Não fiz greve

Portugal tem uma volumosa dívida, superior a 130% de tudo o que produzimos num ano.
A solidez da economia do país é uma ficção com que, muitas vezes, gostamos de nos iludir.
Nos meses do Verão e do Outono deste ano, as florestas de Portugal arderam, tornando-nos mais pobres, agora e por muito tempo, no futuro.
E no entanto:
Os juízes – sim, os juízes, que são órgãos de soberania! – ameaçaram fazer greve;
Os enfermeiros fizeram greve;
Os médicos fizeram greve;
Os professores do ensino básico e secundário fizeram greve.
Todos exerceram um direito, todos reclamaram das condições do seu trabalho, e fizeram muito bem. Mas pôr a tónica em auferir mais rendimentos?
Eu não vejo como seria possível satisfazer tantas reivindicações sobre aumento de retribuições salariais. Recorrendo a mais empréstimos? Fazendo mais dívida?
Não que eu esteja contente com as condições de funcionamento das escolas. Não estou. E muito poderia ser melhorado, sem passar pelo aumento de despesa pública.
Mas no passado dia 15 não fiz greve.

José Batista d’Ascenção

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