segunda-feira, 25 de junho de 2018

Exames ou maratonas?

Esta manhã calhou-me vigiar o exame nacional de matemática A (código 635). Esta prova teve início às 09.30 horas e terminava às 12.20 horas ou, para os alunos que usaram mais 15 minutos de tolerância, durava até às 12.35 horas (o que aconteceu com mais de dois terços dos que fizeram prova na sala onde eu estava).
Pelo meio, às 11.00 horas, houve 5 minutos para recolher as máquinas de calcular permitidas na resolução do (chamado) 1º caderno e distribuir o 2º caderno, altura a partir da qual os alunos já não podiam fazer uso da máquina.
Não sou professor da disciplina, obviamente, e só por isso pude ser destacado para esta vigilância. Mas, como professor, interrogo-me se é adequado fazer provas de tão longa duração, já que o estado psíquico dos alunos parece não ser o melhor. Na sala em que estive a vigiar houve alguém que precisou de ir ao quarto de banho. Nestas circunstâncias, lá tem que se chamar uma funcionária ou um funcionário, consoante seja aluna ou aluno. Na sala ao lado, vi que também foi preciso. E, à saída, soube de fonte fidedigna, que um(a) aluno(a) vomitou sobre a mesa em que fazia a prova. Naturalmente, um acidente pode acontecer em qualquer altura, na prestação de qualquer prova, mas há que ponderar o tempo em que alunos estão fechados numa sala, eventualmente exposta a sul, frente a uma prova de exame (olha se a temperatura fosse superior a 30 ºC, como aconteceu anteontem!). Das condições fisiológicas dos professores vigilantes com problemas da área da nefrologia nem falo, para não parecer que quero beneficiar a «malandragem» docente.
Como não sou professor de matemática, também não me pronuncio sobre a prova em si, mas ver alunos que não param durante tanto tempo e entregam resoluções com 14, 13, 12 e 10 páginas, em muito maior número do que os que usaram apenas 4 páginas, e saem extenuados e abatidos (houve mesmo quem se esquecesse da máquina de calcular, que tivemos que recolher e guardar…), faz-me recear que nem tudo seja tão adequado como soía e merecia.
Será preciso provas tão longas para testar o que os alunos de 12º ano sabem de matemática?

José Batista d’Ascenção

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