segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Entrevista vazia sobre uma Escola cheia de vazios

Imagem obtida da capa do jornal «Público» de hoje
A entrevista do senhor Ministro da Educação ao jornal «Público» de hoje é uma entrevista (in)sonsa: não esclarece nada, não adianta nada, nem serve para nada, excepto dar vantagem comunicacional (vulgo propaganda) ao governo.
Nela se faz referência ao relatório da OCDE sobre vencimentos dos professores – um documento obsceno que deriva de dados fornecidos por entidades dependentes de elementos do governo. Isto não desculpa a (ir)responsabilidade da OCDE. A mesma OCDE que se pronunciou categoricamente antes do último Natal pela excelência da experiência sobre flexibilidade curricular que decorria em 235 escolas do país, desde meados de Setembro, quando a maioria dessas escolas andava às aranhas e ainda não havia – nem podia haver, por falta de tempo e de dados - qualquer avaliação fiável do processo, o que nem no final do ano aconteceu em termos rigorosos. Não admira que esta instituição, como outras, vá perdendo credibilidade perante cada vez mais pessoas. E, em matéria de vencimentos e do número semanal de horas de trabalho dos professores, era muito fácil à OCDE ser absolutamente rigorosa: até eu lhe fornecia cópias do meu horário de docente e dos meus recibos de vencimento.
Agora, António Costa faria bem em não inchar de vaidade com tais factos. Daqui até às eleições ainda decorre muito tempo, os professores são em grande número e não está provado que sejam (muito) abstencionistas.
Mas o importante é saber que os professores não abastardarão a sua função, haja o que houver. Assim os governos cumprissem o que devem e respeitassem quem trabalha com seriedade.

José Batista d’Ascenção

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