sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Alimentação saudável de crianças e jovens - a importância das cantinas escolares.

O exemplo da cantina da Escola Secundária Carlos Amarante

Da esquerda para a direita:
A D. Júlia, a D. Emília, a D. Isabel, a D. Manuela e a D. Luísa
Nos últimos anos, o serviço das cantinas tradicionais das escolas públicas, onde a confecção de almoços estava a cargo de uma cozinheira e das suas ajudantes, foi sendo entregue a empresas privadas do ramo, que preparam umas rações, supostamente de acordo com as normas recomendadas, mas que perdem (grandemente) no paladar e, em casos demasiados, na qualidade.
Que isto de comer bem e de servir boa comida não significa o mesmo para todos, desde logo para os miúdos. Mal habituados, com as papilas gustativas viciadas no (excesso de) doce e no sintético, alguns rejeitam legumes e frutas e recusam sopas de hortícolas à vista ou pão menos refinado. E também haverá aqueles que comem em casa (felizmente) aquilo que desvalorizam ou criticam na cantina da escola, num falar de «barriga cheia», que não deve perturbar quem se preocupa com a boa nutrição dos mais novos (e que deixou de se ouvir em anos recentes quando, por via da crise, o apetite se sobrepunha à esquisitice).
Na Escola Secundária Carlos Amarante (ESCA) ainda há uma cantina que serve os alunos com boa qualidade alimentar. Porém, foram várias as ocasiões, em anos sucessivos, em que este modo de funcionamento esteve em risco. E acontece o mesmo nos tempos que correm. A razão reside na falta de funcionários.
O funcionamento da cantina é uma das incumbências do serviço de acção social escolar, de que se ocupam a D. Manuela Alves e a D. Sidónia Gomes. Na cozinha e a servir as refeições aos alunos ocupam-se a D. Luísa Anjos, a D. Júlia Abreu e a D. Isabel Cardoso, «socorridas», nas horas de maior movimento pela D. Emília Barbosa e pela D. Sameiro Pinheiro (retirando-as das tarefas permanentes que desempenham noutros sectores). A D. Manuela Alves acompanha presencialmente a preparação das refeições e a sua distribuição aos alunos, faz a verificação e o desconto nos cartões de cada comensal, zela pela ordem possível na fila e chega também a servir. Nas mesmas instalações, fora das horas de almoço, funciona ainda o bar dos alunos, de que se ocupam a D. Ana Silva e a D. Elisabete Ferreira. Estas senhoras têm que preparar e limpar todo o espaço imenso das refeições, antes e depois de os alunos tomarem o almoço e mantê-lo em condições de higiene durante todo o dia. Com funções repartidas por outros serviços (biblioteca, papelaria, reprografia), a D. Elisabete Baía acorre sempre que é absolutamente necessário e possível.
A «equipa» do SASE:
A D. Manuela Alves e a D. Sidónia Gomes
Na cantina da ESCA servem-se centenas de refeições diariamente (mais de quatrocentas) e todo o trabalho de confeccionar a comida, servi-la, recolher loiças, talheres e tabuleiros, lavar e arrumar e tratar da limpeza dos espaços recai sobre os braços daquelas senhoras. É a sua função, poderia dizer-se. Mas é uma função exigente, física e psicologicamente, que elas desempenham com paciência e bonomia, mesmo quando o esforço e o cansaço são visíveis, e compreensíveis, tendo em conta as respectivas idades e as condições físicas próprias de cada uma.
Vivemos uma situação de «tapa-buracos» permanente que desgasta os funcionários, prejudica a organização e funcionamento da Escola e causa dores de cabeça a quem dirige e administra. Até quando vamos aguentar? – É a pergunta que se coloca…
Claro que há sempre o recurso «fácil» de optar por empresas privadas, mas essa via não assegura a melhor saúde alimentar dos alunos, como a experiência comprova e as notícias vão referindo. E comprova-se especificamente na ESCA, onde a comida tem excelente qualidade, facto reconhecido por todos.
A ESCA bem merecia um reforço de funcionários para acompanhar e vigiar os alunos e moderar a energia, a sofreguidão e o ruído nas horas e nos locais de maior aglomeração, na cantina e não só. Além disso, na zona do refeitório, para criar mais recato, delimitar de forma prática e funcional (com uma divisória amovível transparente?...) o fundo daquele espaço, tão grande e tão amplo e contíguo a outros (por opção arquitectónica…), poderia ser um modo de diminuir o ruído para níveis mais propícios à hora da refeição (para os que comem e para quem trabalha e zela por um ambiente simpático, acolhedor e, tanto quanto possível, sereno).
Temos, por enquanto, um bem maior. Todos desejam(os) não o perder. Vamos conseguir?
Vivendo na dúvida, é motivo acrescido para fazer sentir às funcionárias que trabalham na cantina da ESCA o nosso imenso Obrigado!
Enquanto é tempo.
Muito bem haja, senhoras.

José Batista d’Ascenção

Adenda: Agradeço à D. Gracinda Cerqueira (funcionária da Biblioteca da ESCA) pelos créditos fotográficos e pela leitura prévia do texto.

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