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Claro que isto me traz algumas dificuldades. É hábito, nos restaurantes e em refeições caseiras mais ou menos festivas, haver tantas «entradas» e tão deliciosas que, ou as comeria a gosto, como numa bela merenda, e dispensaria o prato «pesado» que se seguiria (como já aconteceu), ou me modero e espero por esse prato, cuja hora se arrasta, e nessa altura, algum desconforto não facilita a boa conversa, sendo que, quando o dito prato (finalmente) chega, desatempado e supérfluo, já não me sabe como aprecio.
Naturalmente, disponibilizar grande variedade de «entradas» justifica os preços mais subidos de não poucas casas de pasto, mas nas casas das pessoas o hábito também se generalizou. Tenho dúvidas de que seja comer bem.
Ora bem, se alguém leu até aqui, esqueça o que escrevi antes. Era apenas um pretexto para dizer isto: um dia do final da semana passada houve jantar de festa não efusiva para nos despedirmos da D. Marina, funcionária da nossa escola que concorreu ao abrigo da lei da mobilidade e arranjou trabalho mais bem remunerado. A D. Marina, muito diligente, foi investindo na sua formação, enquanto desembaraçadamente fazia o serviço de reprografia, qualificou-se e agora deixou-nos. Ela e não só, o senhor Dores também partiu, pela mesma via legal. Mas não vieram funcionários substitutos. O remédio foi o habitual: a D. Elisabete, que já dava uma ajuda na reprografia, em alturas mais críticas, passou para a função. Só que não pode fazer o que fazia antes... Consequências: os longos corredores da escola ficam com falta ainda maior de vigilantes permanentes, o que não é bom nem prudente.
Tivemos, pois, jantar. Um lauto jantar. Mas certa sombra de tristeza não me veio de o bacalhau e a carne chegarem à mesa a hora adiantada para a minha preferência. Nem do grande desperdício em abundância e variedade, quando tanta gente passa necessidades.
Razões outras se sobrepunham.
Felicidades, D. Marina e senhor Dores. E obrigado.
José Batista d’Ascenção
Adenda relevante: Quem também penosamente deixou (mais desfalcada) a equipa da cantina da escola, para lutar contra uma leucemia, foi a D. Júlia Abreu, em tempos referida aqui. Para ela, um abraço e um beijinho de encorajamento, de carinho e de gratidão.
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