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Claro que o estudo devia ser feito dia-a-dia, paulatinamente, nas aulas e fora delas, mas é difícil generalizar tal procedimento.
Ao primeiro impulso, dá vontade de acabar com os testes escritos, mas, aqueles professores que, tendo várias turmas, o puseram em prática, não foram felizes nem ficaram (mais) bem vistos pelos (seus) alunos, impressão que o tempo não diluiu. Pela minha parte, tive outros pensamentos drásticos, como acabar com o agendamento dos exercícios escritos de avaliação, que passariam a ser aplicados em qualquer altura, sem data previamente comunicada aos estudantes. Nunca, porém, me atrevi a executar a ideia, embora várias vezes a tenha referido aos alunos para os fazer sentir a necessidade do estudo contínuo.
Naturalmente, há muitos modos de obter informação sobre o que os alunos sabem e ignoram. No entanto, faça-se o que se fizer, para avaliações equitativas e uniformes, de turmas grandes ou de muitas turmas, não há metodologias mais fiáveis. E se o objectivo é seleccionar alunos em grande número não se conhece alternativa mais eficaz. Tomara eu que o objectivo principal fosse fazê-los aprender, na medida do possível.
Acontece que, da parte de muitos alunos, a barriga farta e a fraca sensibilização para a importância e a beleza do saber, sem falar de questões éticas, conduz a uma certa adaptação à vulgaridade das práticas e dos exemplos, que se traduz em procurar passar os «crivos» de qualquer maneira, incluindo meios ilegítimos de vária ordem, por vezes francamente descarados e… impunes.
E a escola, perdida, envelhecida e envilecida, reproduz e amplia o marasmo em que permanece imersa, década após década, não obstante a deriva frenética e irresponsável de procedimentos inspirados em retóricas sem fundamento (nem gramática) a que chamam… inovações.
Mas ninguém pede que se feche a escola.
E os que nela aprenderam como deve ser sabem bem o valor que tem. Os outros duvido que alguma vez saibam – esse tem sido e é o problema.
José Batista d’Ascenção
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