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Filinto Lima, presidente da «Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas», um órgão corporativo de directores escolares, com voz assídua na comunicação social, vem hoje chamar a atenção, no jornal «Público» (pg. 5), para as condições de acesso ao ensino superior com que os alunos do final do ensino secundário se confrontam no nosso país, em especial nos tempos actuais.
Fá-lo em tom de exaltação da «Pátria educativa», referindo que «as instituições do ensino superior apropriam-se dos resultados do ensino secundário sem qualquer envolvimento ou contributo no processo, numa atitude censurável, mais ainda no momento atual, em que estamos a lutar pela Pátria», terminando a recomendar que se aproveite «a oportunidade de ouro para o debate e a revisão do modelo de acesso ao ensino superior, fortalecendo, amplamente, esta Educação valente e imortal!»
A mim, que dou aulas ininterruptamente há muitos anos, e que sou de opinião que a nossa «educação» falha clamorosamente a preparar uma larga fatia dos alunos, com incidência particularmente injusta nos que são mais pobres, estes arroubos patrióticos, face à realidade com que lido, parecem-me de todo despropositados. Os portugueses precisam de muito melhor.
Mas a passividade das instituições do ensino superior, descarregando nos professores do ensino secundário o trabalho e a responsabilidade pelo ingresso naquele nível de ensino, não se compreende. Com os meios tecnológicos de que dispõem, não lhes era difícil, e talvez fosse prático, seleccionarem os seus alunos. Até como estímulo para um maior empenhamento na preparação dos alunos candidatos, de que, não raro, há queixas, e com razão.
Relativamente ao que é mais imediato, aguardam-se as decisões do governo...
José Batista d’Ascenção
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