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Terminaram as reuniões de avaliação dos conselhos de turma de final do ano lectivo. O estado anímico e físico dos professores, particularmente dos que desempenham as funções de directores de turma, é preocupante.
As exigências, os requisitos e os procedimentos, traduzidos em grelhas, tabelas, gráficos ou planos, para além de justificações, apreciações e recomendações compõem um quadro desanimador, de consequências nefastas. E acumulativas. E para quê? Não poucas vezes para forçar estatísticas (de trazer por casa) que traduzam (a ilusão de) algum sucesso.
As escolas não têm, na realidade, qualquer autonomia. Os conselhos pedagógicos são uma espécie de comissões de burocracia, que os directores de turma aplicam e propagam. As direcções e toda a orgânica das escolas, professores incluídos, estão sujeitas à mesma engrenagem trituradora, habitualmente imposta mediante plataformas digitais. E os alunos não aprendem mais por isso.
Uma das razões por que as escolas privadas conseguem melhores resultados em exames deriva do treino intensivo dos alunos, o qual só é possível se as energias não se consumirem em projectos artificiais como são quase sempre os de sexualidade e de cidadania, por exemplo. Como se uma coisa e outra merecessem alguma preponderância especial, para além da normalidade que justificam.
Na voz lúcida do Professor Galopim de Carvalho, «os professores estão sobrecarregados com tarefas administrativas e outras de que deveriam estar rigorosamente libertos.» Fá-lo brilhantemente aqui, e não só defendendo os direitos dos professores como apontando as suas obrigações. Não conheço sobre a matéria palavras mais sábias nem mais sérias nem mais justas.
Depois, claro, haverá sempre uns «rankings» para mostrar como a «escola pública» cumpre mal a sua função.
E cumpre, infelizmente. Mas não apenas por culpa sua.
José Batista d’Ascenção
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