Quando, na tarde do passado dia dezassete deste mês de Julho, me pus a resolver a prova de biologia e geologia, senti que estava perante uma caricatura de exame:
- pelo carácter desconcertante de algumas perguntas (a que agora se chama itens);
- pelo grande número de questões que podem ou não contar para a classificação final da prova, consoante as cotações obtidas (sendo consideradas as mais altas);
- pelo facto de todas as respostas a todas as questões valerem o mesmo (oito pontos), sejam de opção, de resposta curta (ou curtíssima) ou de (algum) desenvolvimento;
- pelos critérios de classificação estipulados para algumas das respostas.
Um exame assim não avalia o mesmo em todos os alunos e não é coerente com os exames (também eles sofríveis, por razões diferentes, na maior parte dos casos) realizados em anos anteriores.
E ressalta um aspecto (tristemente) notável: a pandemia do novo coronavírus foi um factor de sucesso (como admiti aqui), pois que:
- fez com que as classificações internas das escolas não baixassem ou sofressem mesmo algum acréscimo;
- elevou as «notas» de exame (pelo menos as do exame de biologia e geologia, a avaliar pela opinião de professores que estão a “corrigir”).
Donde resulta que:
- tendo-se ensinado menos, porque em piores condições, face aos constrangimentos havidos;
- e tendo os alunos sido afectados na aprendizagem, pelas mesmas razões;
afinal, os resultados serão… melhores!
Em consequência, afigura-se-me que as classificações do exame de biologia e geologia da primeira fase de 2020, são um retrato exactíssimo do estado a que o ensino chegou.
Coerentemente, em Setembro haverá mais.
Com que credibilidade?
José Batista d’Ascenção
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