Pedimos-lhe e ele vem. Vem sempre [de Lisboa a Braga ou a qualquer ponto do país]. Paga as próprias viagens e o que come e fala-nos com empenho das matérias que lhe propomos [hoje, o tema era: «Portugal Dendrodescoberto, ou os desertos rochosos em que se estão a transformar as nossas montanhas»]. Sente-se bem assim. Já me têm dito que o devemos poupar. Eu respondo sempre que o devemos aproveitar. Do alto dos seus quase 90 anos, do seu conhecimento, da sua generosidade e disponibilidade, faz com que eu me veja e a muitos da minha idade como pessoas envelhecidas de cansaço e não pouca desilusão. É assim, confesso-o.
Os alunos apreciam-no. Um, de entre os presentes (cento e dez de manhã e metade disso de tarde), já no ensino superior, soube e pediu para vir assistir, porque, desde que o conheceu, achou o Professor Paiva inspirador. Outros, que foram nossos alunos, escolheram os seus cursos e dão-se bem neles pela motivação que encontraram neste Mestre.
Nunca dei fé que protestasse por motivos de vencimento ou que manifestasse alguma vontade de se aposentar. Trabalhou e trabalha, trabalha sempre, com a paixão e o encantamento de um menino. E mostra, sem o referir, que a pedagogia é essencialmente uma arte e um dom, sem tempo nem idade.
De coração cheio: Muito bem haja, querido Professor.
José Batista d’Ascenção
Um abraço para ambos! Carlos Mendonça
ResponderEliminarObrigado, Mendonça. Grande abraço.
EliminarEspetacular, como sempre.
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