segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Preservação das pegadas de dinossauro de Pego Longo (Carenque) – exigência de cidadania que é obrigação de todos e particularmente das comunidades escolares

Fonte da imagem: aqui.
O departamento de ciências experimentais do ensino secundário do Agrupamento de Escolas Carlos Amarante - Braga, formado pelos professores dos grupos disciplinares de biologia e geologia e de física e química, aprovou hoje uma proposta de tratamento do tema em epígrafe, na área disciplinar de Cidadania e Desenvolvimento, no âmbito das «Instituições e participação democrática», do «Desenvolvimento sustentável» e da «Educação ambiental».
Foram aventadas várias hipóteses de acção, com o necessário envolvimento dos alunos, num tema que está na ordem do dia e que foi recentemente submetido, sob a forma de providência cautelar, à apreciação do Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra, que já a aceitou. É primeiro proponente dessa providência cautelar o Professor Galopim de Carvalho.
Pretendem os professores que o assunto seja divulgado o mais possível junto dos cidadãos e dos jovens alunos das escolas, para que se salvaguarde um património classificado como Monumento Natural (Decreto-Lei nº 19/97, de 05 de Maio), na sequência da acção de especialistas de topo em termos mundiais e depois de se terem gasto cerca de 8 milhões de euros na abertura dos túneis de Carenque, sob a jazida, e de se ter projectado um centro interpretativo e um museu para o local, que ainda aguardam no papel.
Dadas as condições sanitárias e financeiras em que o país se encontra, os proponentes da providência cautelar apenas pretendem, no imediato, que a lixeira em que o local se tornou, com crescimento de vegetação à mistura, seja objecto de limpeza, de modo a conservar a camada calcária de 10-15 cm de espessura que contém as pegadas, a qual é bastante frágil, por assentar sobre outra, que, apesar de mais espessa, é de natureza argilosa. Ao longo dos últimos 20 anos, as entidades legalmente responsáveis: A Câmara Municipal de Sintra e o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas deixaram aquele importante património ao abandono, em risco de destruição, até hoje.
É intenção dos professores do departamento de ciências experimentais do Agrupamento de Escolas Carlos Amarante apelar ao envolvimento de outras escolas, tantas quantas for possível, de modo a criar um movimento que não deixe cair o assunto no esquecimento, usando as redes sociais e os órgãos de comunicação, e que, se possível, (se) tente levá-lo até à Assembleia da República, solicitando a intervenção dos partidos. Está em causa a preservação de um bem muito importante (de que muitos políticos não terão a exacta noção) que não nos pertence, que não podemos delapidar e para a conservação do qual não são necessárias somas significativas de dinheiro.
Todos os esforços e acções são essenciais, ainda que pareçam pequenos e poucos significativos.
Precisa-se das sugestões e da ajuda de todas as pessoas de boa vontade, a quem antecipadamente se deixa um grande obrigado.

José Batista d’Ascenção 

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