Por Joaquim Azevedo, no jornal "Público" de hoje, pág. 45 da versão impressa.
«As escolas públicas rejeitam alunos.
(...)
É uma prática generalizada e grave, muito grave.
(...)
Muitos (...) adolescentes arrastam nas suas costas rejeições sistemáticas de matrículas em escolas públicas e, em alguns casos, rejeições repetidas por várias escolas, num mesmo ano lectivo.
(...)
Porquê [sic] que isto acontece (...)? , Por muitas razões. Entre elas, porque boa parte das escolas (...) quer limpar a sua face e faz tudo o que a lei consente para ficar bem na fotografia, para se desembaraçar dos "feios, porcos e maus": (...)
(...)
O problema é muito grave e já o seria se envolvesse um só aluno (...). Depois, é grave porque está a criar dois tipos de escolas públicas. De um lado, as (...) que rejeitam este tipo de alunos, (...) as escolas públicas limpas, do outro, as escolas que os aceitam porque, situadas em "bairros sociais problemáticos", estão a ficar sem alunos, na sequência da debandada (...) da "classe média", que apreende bem este movimento e retira [delas] os seus filhos para escolas mais limpas.
(...)
Além disto, há uma rejeição de alunos, mais sistemática, por parte das escolas públicas, com base nas classificações e outros motivos burocráticos (...), para afastar os "indesejados", pois podem estragar o perfil da escola e das turmas.
(...)
Não me resigno. O que assim é, pode ser bem diferente.»
Para não desviar a atenção das perguntas de Joaquim Azevedo com outras da mesma agudeza ou comentários "justificativos", opto pelo silêncio atento, com a devida vénia e agradecimento.
Apenas não resisto a uma pergunta ao próprio jornal "Público": o que se ganhou com a publicação entusiástica de "rankings" que estigmatizaram a escola pública e promoveram a escola privada, aumentando as suas condições de negócio e potenciando a segregação dos deserdados da sorte?
José Batista d'Ascenção
Adenda: o título que encima as transcrições do artigo de Joaquim Azevedo não é da sua autoria.
Adenda: o título que encima as transcrições do artigo de Joaquim Azevedo não é da sua autoria.
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