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1. Os grandes princípios de que ninguém duvida (e que dão corpo a certas manifestações de intenção como o «perfil do aluno», por exemplo) e a relatividade dos valores e procedimentos do quotidiano, em que, muitas vezes, não se assume nem se regista, nem se tem em devida conta, o que é negativo e frequente. Em verdade, a escola faz a educação ou a educação faz a escola?
2. A multiplicidade e volatilidade de perspectivas teóricas (não demonstradas pela ciência) sobre o que deve ser a aprendizagem, que se sobrepõem artificialmente à realidade (psico-afectiva, sociocultural e económica) dos alunos e determinam ambientes falsamente propícios à aquisição de saber em cada (sala de) aula. Para «compensar», vai-se lidando com (ou ignorando ou disfarçando…) a onda do momento sabendo que passa, mais tarde ou mais cedo. Ganha quem?
3. Os programas curriculares, a sua (in)adequação e (in)articulação e, por vezes, a impossibilidade de os cumprir. A quem pedir contas?
4. As hierarquias e os organismos formais ou dependentes do ministério da educação: inspecções, centros de formação, institutos de elaboração de exames, por exemplo, e os seus contributos concretos para a eficácia da educação escolar. Quem os avalia?
5. A organização formal e legal das escolas (um conselho pedagógico e um órgão de direcção ágeis e responsáveis são fundamentais, mas há órgãos dispensáveis, que nem sempre existiram, e as escolas não funcionavam pior) e o que daí decorre em termos de (falta de) autonomia, democraticidade, exemplaridade e eficiência da acção pedagógica. Quem está interessado em simplificar, clarificar e responsabilizar?
6. O papel dos professores que lidam com alunos e o desinteresse a que são votados (se não o desprezo ostensivo e proclamado, que tantas vezes chega à agressão física em público - e impune! - e no local de trabalho), as condições a que são sujeitos (andar com a casa às costas, concursos injustos, desempenho penoso de burocracia inútil…) e a formação relevante que graciosamente lhes devia ser facultada e não é (sendo que muita da que é disponibilizada não tem relevância científica ou pedagógica nem a qualidade mínima desejável). Que profissionais queremos?
7. Por consequência, há cristalização de metodologias sem chama nem alegria nem eficácia e «inovações» que são logros que se multiplicam e sucedem sem avaliação nem responsabilização, facto que é perturbador dos próprios docentes e não os desculpa aos olhos da sociedade. Diversidade pedagógica ou «nuvem» de contradições sem resultante meritória?
Felizes ou infelizes na escola, perdem os alunos, perde(re)mos todos.
José Batista d’Ascenção
Que reflexão tão clara e acertada!
ResponderEliminarNão sei por que razão (provavelmente nabice) só agora li o teu comentário, Leninha.
ResponderEliminarObrigado.
Beijinho.